Coleção de Ictiologia do MZUSP

Principal coleção de peixes do Brasil, esta é constituída por pouco mais de 100.000 lotes de peixes, acondicionados em frascos, tambores e caixas plásticas, ocupando aproximadamente 700 m² de salas e corredores. A maior parte dos peixes é proveniente do Brasil. As amostras de peixes de água doce suplantam em cerca de sete vezes as dos marinhos. A coleção encontra-se informatizada. O gerenciamento é feito por meio do programa de coleções Specify. As mais velhas amostras da coleção datam de 1890. O crescimento inicial foi lento, sendo que em 1940, quando as coleções zoológicas do Museu Paulista foram transferidas para o prédio atual, havia cerca de 3000 lotes. Somente muito mais tarde, na década de 1960, com a contratação de pesquisadores especialistas na área, a taxa de crescimento da coleção aumentou de forma notável, como resultado principalmente dos levantamentos zoológicos efetuados dentro de um programa que se estendeu à década seguinte de coletas de amostras zoológicas, financiado pela FAPESP, denominado Expedição Permanente à Amazônia, e através da participação nos trabalhos de prospecção da costa sul do Brasil do Instituto Oceanográfico da USP, iniciados em 1968, com a aquisição do navio oceanográfico. No início da década de 1970, com a implantação do programa de pós-graduação em zoologia no Instituto de Biociências da USP, estudantes interessados em ictiologia passaram a procurar orientação dos especialistas, auxiliando decisivamente em levantamentos realizados em áreas ainda não exploradas, ao participar com os especialistas das expedições de maior vulto, propiciadas por projetos brasileiros ou em colaboração com instituições estrangeiras. Dessa forma, o ritmo de crescimento se mantém acelerado até os dias de hoje. O abundante material das coleções tem sido estudado pelos pesquisadores do próprio Museu e de outras instituições brasileiras e estrangeiras, além de representar matéria-prima básica dos trabalhos de estudantes da pós-graduação. Para quantificar apenas este último caso, considerando-se os estudantes da pós-graduação orientados pelos quatro docentes do Laboratório de Peixes, foram completados desde 1972 até o momento 37 mestrados e 43 doutorados.